terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Vinhos doces e frescos


Os vinhos doces são pouco conhecidos em Portugal. E, no entanto, vale a pena prová-los, combinando-os com as comidas certas. Por exemplo, queijos fortes e salgados que se dão muito mal com tintos taninosos, ao contrário do que a pretensa sabedoria popular refere.
Apresentamos cinco vinhos. Um verdadeiro Colheita Tardia (Late Harvest, feito com uvas atacadas de podridão nobre) e dois mais propriamente chamados de Vinho de Passa, os três com baixas graduações alcoólicas. Os dois restantes são vinhos licorosos, com graduações entre os 18 e os 19% de álcool. Não são apenas vinhos de sobremesa. Experimente-os se ainda não os conhece. Vai ver que vale a pena.

Grandjó Late Harvest 2007 (15€) É o colheita tardia mais parecido com o original Sauternes (França) que se produz em Portugal. É da Real Companhia Velha, e é feito a partir de uvas da casta boal (o mesmo que a francesa semillon) cultivadas na Quinta do Casal da Granja, situada no lugar da Granja, Alijó (Grandjó é a contracção de Granja e Alijó). As uvas são colhidas a partir de meados de Outubro, após o aparecimento das primeiras chuvas de Outono que favorecem o aparecimento de neblinas matinais e elevada humidade, facilitando o aparecimento da podridão nobre nos bagos, provocada pelo fungo Botrytis cinerea. Em cada passagem na vinha só se colhem os cachos afectados. Na adega, obtém-se um vinho doce natural, cuja fermentação não é terminada devido à riqueza de açúcares do bago. Aromas intensos de alperce seco, passas, mel e uma nuance de madeira proveniente do estágio parcial em barricas novas durante oito meses. A altíssima acidez combinada com o alto teor de açúcar (quase 20 vezes mais do que um branco seco normal) resulta neste fantástico vinho, muito rico de aromas e nuances de sabores. A produção deste género de vinhos a nível mundial é muito reduzida (região de Sauternes, em França como a mais famosa, Tokay na Hungria), Reno e Mosel na Alemanha e Áustria). Acompanha muito bem o fois-gras e os queijos de pasta dura e salgados.

Pôpa Vinho Doce tinto 2011 (14,50) O Pôpa Vinho Doce tinto 2011 é elaborado a partir do blend de 21 castas de vinhas com mais de 60 anos na Quinta do Pôpa, (Adorigo, Tabuaço, Alto Douro). A vindima é tardia mas as uvas não foram atacadas pela podridão nobre. É um vinho muito jovem e com baixo teor alcoólico (10%). Boa proposta para beber como aperitivo, apreciar ao final da tarde, ou como complemento de uma conversa depois de um bom jantar.
herdade de São Miguel Passi 2011 (16,8€) Os enólogos Luís Duarte e Nuno Franco da Casa Agrícola Alexandre Relvas (Redondo, Alentejo) produzem este vinho feito de uvas sobremaduras (em passa) das castas aragonez, alicante bouschet e touriga nacional. É pouco alcoólico (13%), apropriado para acompanhar sobremesas à base de chocolate e café ou como companhia para um bom charuto ou cigarrilha.

Adega de borba licoroso 2010 (10€) Aroma complexo a fruta passa, noz e especiarias. Macio na boca, fresco e equilibrado com notas de geleia de frutos vermelhos. Fermentação interrompida com adição de aguardente e estágio de 3 anos em barricas de carvalho francês e posteriormente 2 anos em tonéis de madeira exótica. Bom como aperitivo ou a acompanhar uma sobremesa, ou como digestivo, no final da refeição. Teor alcoólico de 18%.

Quinta do Quetzal Rich White 2010 (18€)  É feito apenas de uvas da casta antão vaz. Este vinho branco licoroso, que estagiou em barricas de carvalho francês, tem um consumo polivalente, mas é ideal para ser servido em cocktails, sobretudo como aperitivo. Harmoniza igualmente bem com sobremesas, especialmente à base de frutos secos. A Quinta do Quetzal é um projecto do casal holandês Inge e Cees de Bruin (Vila de Frades, Vidigueira) e o vinho é feito pelos enólogos Rui Reguinga e José Portela. Notas aromáticas de frutos exóticos, fresco e com paladar doce e elegante. Deve beber-se a cerca de 8º. 
Fonte: I Online
Beijos da Alex:)

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